Florianópolis, 8 junho 2025
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Startup catarinense mostra como tecnologia e transplante de árvores podem transformar cidades e gerar créditos de carbono

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Em pleno mês do Meio Ambiente, comemorado oficialmente em 5 de junho,iniciativas que unem inovação, sustentabilidade e soluções urbanas ganham ainda mais destaque. Com o uso de tecnologia de ponta e uma abordagem inédita no Brasil, mais de 60 mil árvores urbanas já foram fotografadas, georreferenciadas e avaliadas pela Arboran, empresa catarinense especializada em gestão de áreas verdes. A meta é clara: preservar o verde urbano, destravar obras paradas e ainda gerar créditos de carbono com base em dados reais.

Segundo o biólogo Paulo Garbugio, CEO e cofundador da Arboran, a técnica de transplante de árvores tem sido uma alternativa sustentável e estratégica para evitar o corte de espécies nativas e protegidas.

“Tem casos em que a obra não pode avançar porque há uma árvore ali. O transplante permite que ela seja cuidadosamente retirada e replantada em outro local, muitas vezes dentro do próprio empreendimento, mantendo a harmonia com a natureza”, explica Garbugio.

A Arboran já realizou mais de 300 transplantes de árvores em ambientes urbanos, respeitando as características de cada espécie e os desafios logísticos de cada operação. Em Florianópolis, por exemplo, uma figueira de cerca de 30 anos e 7 metros de altura foi deslocada dentro do mesmo terreno. “Essa árvore levaria décadas para atingir esse porte novamente. É um investimento em serviços ambientais que ela continua prestando, como sombreamento, retenção de água e purificação do ar”, completa Garbugio.

Toda essa gestão de arborização é feita com apoio do G.A.A.U. (Grau de Atenção de Árvores Urbanas), um software próprio da Arboran. A ferramenta permite que técnicos em campo avaliem a saúde de uma árvore em apenas 6 a 10 minutos, otimizando o cuidado com a arborização urbana e prevenindo riscos como quedas e doenças nas espécies.

“A tecnologia permite decisões  técnicas embasadas. Não estamos apenas cuidando de árvores, estamos cuidando das cidades. Cada árvore em pé representa uma economia ambiental real e mensurável”, afirma Charles Coelho, engenheiro florestal e diretor técnico da Arboran.

Além da preservação, o sistema da Arboran também calcula o estoque de carbono de cada árvore. Uma Sibipiruna com mais de 12 metros de altura e 40 cm de diâmetro pode representar até 1,5 tonelada de carbono estocado — o que equivale a 1 a 1,5 crédito de carbono. Até agora, já foram registrados 8.610 créditos de carbono, o equivalente a cerca de R$ 730 mil, com base no valor médio de US$ 15 por crédito.

Coelho lembra que o mercado voluntário de carbono urbano ainda carece de regulamentação no Brasil e modelos matemáticos reais, mas reforça que isso abre espaço para políticas públicas baseadas em evidências concretas:

“Com dados confiáveis e tecnologia, é possível estruturar programas ambientais que valorizem o verde urbano. A arborização das cidades pode – e deve- fazer parte das estratégias para enfrentar a crise climática”, conclui.

Sobre
Arboran é uma startup brasileira formada por jovens empreendedores comprometidos com a sustentabilidade e a inovação. Com uma equipe multidisciplinar de biólogos, engenheiros e arboristas, a empresa tem como missão transformar cidades cinzas em áreas verdes por meio de tecnologias e métodos modernos de gestão de áreas verdes. Destaque para o inovador software GAAU (Grau de Atenção para Árvores Urbanas), que utiliza tecnologia de ponta para planejar e monitorar a arborização urbana, promovendo soluções sustentáveis e de impacto positivo.